O quadro de desemprego no qual atualmente o Brasil se encontra, segundo fontes do IBGE, é de 13,4 milhões de pessoas desocupadas, em março de 2019. Esta é a situação que os brasileiros vêm vivenciando nos últimos anos. Muitos destes desocupados buscaram uma alternativa de salvação em aplicativos de mobilidade, tornando-se Motoristas de Aplicativos, tais como UBER, CABIFY, 99Pop, MOOBI, dentre outros. Conforme divulgado pelo Jornal Folha de São Paulo, em outubro de 2017, com a matéria “Número de motoristas do Uber cresce dez vezes em um ano no Brasil”, e a divulgação da UBER em março de 2019, são mais de 600 mil motoristas cadastrados que trabalham regularmente com o aplicativo, o que demonstra uma taxa de crescimento de mais de 20%.
Este movimento teve início com a insatisfação dos clientes em relação aos serviços prestados pelos TÁXIS. Com esta percepção, surgiram os aplicativos para sanar os problemas, enfim, a proposta de motoristas treinados, altamente educados no relacionamento com o cliente, carros novos e ou bem conservados, servindo água e balas.
Este serviço de aplicativos é uma realidade. Os usuários estão, cada vez mais, usando os serviços e a sua maioria tem a percepção de que o serviço tem menor custo, exceto, quando ocorre a variação de preço, seja ela fixada inicialmente ou durante a viagem, dependendo do aplicativo. As taxas variam em alguns casos por demanda, por trânsito, dentre outros.
Por outro lado, temos os motoristas que realizam o serviço e apresentam a seguinte questão: “Será que o motorista de aplicativo está ganhando dinheiro?”
Para responder à questão, foi realizada a análise de investimento. A primeira questão foi tratar o carro como se fosse um negócio, depois foram definidos alguns critérios para o cálculo. Considerou-se que o veículo está quitado pelo valor de R$ 45.000,00. Este seria o valor do investimento inicial do negócio “XYZ Motorista de Aplicativo”. Para se chegar ao gasto diário, calculou-se as variáveis que chamamos de visíveis: “Atendimento ao Cliente (Água, Balas, Gelo), consumo de combustível de 10 km por litro, Alimentação com duas refeições durante a jornada”; mais as variáveis invisíveis ou ocultas: “a manutenção do carro pela média de R$ 500,00 a cada 10.000 km (contempla revisão, troca de óleo, dentre outros), troca dos 04 pneus a cada 40.000 km rodados, impostos (IPVA, Seguro Obrigatório e Taxa de Licenciamento), seguro aproximadamente à 5% do valor total do veículo, risco de multas R$ 400,00 ao ano e, por último, a depreciação do bem (veículo) em 48 meses, a uma taxa de 1% ao mês e o valor residual de R$ 15.000,00 (valor de venda do veículo após 04 anos de uso)”.
Em relação aos dados operacionais, usou-se pesquisa pelo próprio aplicativo e pesquisa com uma amostra de motoristas de aplicativos. Considerando-se que a receita por km é R$ 1,20, para a rodagem em média 170 km por dia, durante aproximadamente 10 horas. Alcançando o faturamento bruto de R$ 204,00 menos a dedução de 25%, então o valor líquido é de R$ 153,00 por dia.
O resultado do ganho mensal do motorista de aplicativo, com base nas informações visíveis, seria de R$ 52,65 por dia, atingindo 1.368,90 no mês. Entretanto, quando adicionamos os gastos invisíveis ou ocultos, o valor do ganho mensal passa a ser negativo em R$ 9,90, acumulando prejuízo de R$ 257,40 por mês, devido principalmente, à depreciação do bem que deverá ser substituído após 48 meses.
O objetivo deste artigo é a educação financeira dos Motoristas de Aplicativos. Eles devem ser orientados em relação aos custos ocultos, custos estes invisíveis, porque não ocorrem no período no qual se está faturando, e sim ao longo do tempo. Do faturamento líquido deve-se separar os valores referentes aos impostos, manutenção, pneus e seguro para evitar a surpresa inesperada, em suma, quando chegar à quilometragem rodada, o motorista deverá gastar o valor guardado ou, tecnicamente falando, o motorista deve ir provisionando para o efetivo desembolso no momento da ocorrência da manutenção, pagamento de imposto, da troca de pneus, etc.
Sendo assim, o valor real recebido pelo trabalho do negócio “XYZ Motorista de Aplicativo” foi inviável. Pode-se levar em conta que, o investimento não será totalmente de responsabilidade do negócio, neste caso haverá a redução dos gastos invisíveis, por exemplo 50% é de responsabilidade da atividade do motorista de aplicativo e 50% é de responsabilidade particular, como por exemplo entregas de pizzas; dessa forma o resultado com os custos totais tende a melhorar.
Como o valor varia conforme cada carro e cada operação, a WShare Consultoria disponibilizou uma ferramenta para que os Motoristas de Aplicativos possam calcular os seus dados e se organizarem financeiramente. A ferramenta não exige nem identificação e nem cadastro, os dados calculados serão coletados para pesquisas futuras. A WShare Consultoria está disponível para dirimir quaisquer dúvidas e deseja que os Motoristas de Aplicativos possam ter uma vida financeira saudável.
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Palavras-chave: Motorista aplicativo, UBER, análise de investimento, educação financeira.
Referências:
BERK, J., Demarzo P. e Harford, J.,Fundamentos de Finanças Empresariais, Bookman, Porto Alegre 2009.
Recuperado de: Recuperado de: https://www.uber.com/pt-BR/newsroom/fatos-e-dados-sobre-uber/
Recuperado de: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/10/1931013-numero-de-motoristas-do-uber-cresce-dez-vezes-em-um-ano-no-brasil.shtml
Recuperado de: https://uberbra.com/ganhos-diarios-de-um-uber/
Recuperado de: https://uberbra.com/uber-ou-99-pop-qual-compensa/
Informações do autor: Wilquey Caetano da Cruz nasceu em 1976 na cidade de Diamantina, mudou-se para Belo Horizonte com um ano de idade. Bacharel em administração formado pelo Centro Universitário UNA, pós graduou em Gestão Estratégica de Projetos pela mesma instituição. Atualmente está cursando Mestrado profissional em Administração pela Fundação Pedro Leopoldo – FPL. Profissionalmente atua como consultor de empresas, nos últimos anos implementou projetos em empresas de transporte rodoviário, urbano, terminais rodoviários, construção civil e fazendas de gado. Projetos de Planejamento e Gestão Estratégica, Processos, Estudos de Viabilidade, Gestão Orçamentária e soluções Web potencializando os recursos.